Com uma forte influência durkeimiana,
Radclife-Brown, adota como objeto de estudo da antropologia social a Estrutura Social, como teoria
fundamental para se entender o
funcionamento da sociedade, utilizando-se de métodos semelhantes aos das
ciências físicas e biológicas para compreender
as relações de associações entre organismos individuais. Para Brown o
conceito de Estrutura Social é o
mais adequado para se compreender a realidade concreta, já que este conceito,
segundo ele, nas observações diretas pode-se perceber que existe de fato uma
correlação entre o conceito e a realidade, onde a estrutura social mostra-se
ocupar de maneira consistente dos fenômenos sociais.
Brown define Estrutura social como,
sendo a rede de relações complexa que cria laços entre os seres humanos. Essas
relações se dão em um todo integrando, o qual ele chamou-o de organismo social,
fazendo uma analogia ao organismo dos seres vivos, estudado nas ciências
naturais. Em outras palavras, a estrutura social é estabelecida por uma série de
relações sociais entre os indivíduos, em um todo integrado de maneira organizada, com a finalidade de
garantir a estabilidade e a sobrevivência
de um determinado grupo ou de uma determinada sociedade.
Ele considera dois aspectos relevantes para
se caracterizar o termo “estrutura social”. São eles:
a.
As
relações sociais de pessoa a pessoa, como por exemplo, a relação de parentesco,
estudado pelo próprio Brown.
b.
A
diferenciação de indivíduos e de classes
e seu papel social.
Na concepção
browniana nos estudos de estrutura
social, a realidade concreta que se deve apreender é o conjunto de relações
existente sincronicamente que cria laços
entre os seres humanos, formando assim
uma rede complexa de relacionamento integrado dentro de um organismo social.
Para
Brown, assim como nos seres vivos que há um dinamismo em sua estrutura
orgânica, na vida social não é diferente. Ele afirma que na sociedade existem
duas formas estruturais na realidade concreta: a estrutura real social,
que pode sofrer transformações de ano para ano ou de dia para dia, quando, por
exemplo, novas pessoas ou grupos de pessoas entram na sociedade por via de
nascimento ou imigrações, ou saem por via de mortes ou emigrações, sendo esta o
núcleo mais flexível e menos coeso da sociedade e que pode trazer maiores
dificuldades ao antropólogo, no que se refere ao seu trabalho de campo. E por
outro lado, a forma estrutural geral, cuja, transformações se dão de forma lenta, sendo esta o
nível mais coeso e mais sólido da sociedade, e que pode gerar menos dificuldade
ao antropólogo, no que se alude às observações dos fenômenos sociais, e
consequentemente a coleta de dados.
Para Brown, a vida
social e o funcionamento da estrutura, são fatores primordiais para a
continuidade e a manutenção da estrutura social. Este funcionamento se daria
por intermédio de atividades, as quais ele definiu como sendo, um processo
realizado por um ou mais unidades sociais, com o objetivo de manter as
condições necessárias de existência do organismo social. Está correlação, Brown
denominou-a de “função”.
O método adotado por
Brown na antropologia social, o método comparativo, empregado por Durkheim na
sociologia. Segundo Brown, a comparação entre sociedades seria importante ao
antropólogo, no sentido de conhecer as semelhanças e as diferenças entre elas.
Aurélio Cassiano.
Fonte Bibliográfica:
MALINOWSKI, Bronislaw e Brown Radcliffe. História da Antropologia. Editora Vozes, 2010 4 Ed, Petrópolis RJ
BROWN, Radcliffe. Antropólogos e Antropologia. Adam Kuper (organizador), 1978. Rio de Janeiro, F, Alves.
BROWN, Radcliffe. Sobre o Conceito de “Função” em Ciências Sociais, Estrutura Social. Extraído de : PIERSON, Donald. 1970, São Paulo. Estudos de Organização Social – Tomo II: leituras de sociologia e antropologia social.
muito interessante, obrigada
ResponderExcluirMuito bom ... Parabéns
ResponderExcluirAté que enfim encontrei uma resposta direta e clara! ufa! obrigado.
ResponderExcluirachei mal feito :/
ResponderExcluirEsclarecedor. Obrigada!
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